Trabalhadores, uni-vos! 2026 é logo ali
Este não é um protesto contra um
deputado, é uma carta aberta aos trabalhadores.
Em meio
à mobilização popular pela tramitação da PEC que põe fim à jornada de trabalho
em escala 6x1, vi nas redes sociais recorte do pronunciamento de um deputado
federal do Tocantins que me fez voltar a escrever a vocês após onze meses longe
do blog.
“Não assinar não é ser contra o trabalhador”, disse o
deputado. Ao ler tal afirmação, tive de parar o serviço doméstico para pontuar
alguns itens: o primeiro é que, para produzir efeito de empatia pelo tema, o
deputado usou de uma negação para fazer sua afirmação (nos estudos de
linguagem, chama-se lítote a figura de pensamento que faz esse jogo com o
intuito de amenizar o que é dito; para a análise do discurso segundo Ducrot,
toda negação implica uma afirmação); segundo, na tentativa de amenizar sua
opinião para que não cause indignação popular (e assim não deixe descontentes
seus eleitores) deixa sua mensagem contraditória; terceiro, mesmo justificando
que é preciso um debate “mais profundo” já deixa clara sua posição contrária ao
benefício da jornada reduzida para os
trabalhadores.
Trocando em miúdos, dizer que “não assinar não é ser contra
os trabalhadores” é o mesmo que dizer que “foi sem querer, querendo” ou que “não
sei, só sei que foi assim”. O ‘NÃO’ não deixa dúvidas, senhor deputado.
E veja bem, meu objetivo não é abrir uma discussão sobre os
modos de produção capitalista ou socialista. Mas dentro do próprio capitalismo
ao qual estamos submetidos, pode haver regulamentações para que ele não seja
tão selvagem como o conhecemos por “neoliberalismo”.
De
forma bem didática, a teoria da mais-valia defendida por Karl Marx mostra que o
lucro que você, trabalhador assalariado, produz para seu empregador em um dia é
muito maior que o salário que você recebe ao final de 30 dias. Então, os meios
de produção são da elite mas quem gera riqueza são as mãos dos trabalhadores.
Caros
trabalhadores, tenham sempre em mente que cada direito por nós usufruído não é
favor, é luta! O fim da escravidão não foi benesse imperial, foi resultado de três
séculos de resistência e muito sangue derramado. A carteira assinada, o salário
mínimo, a jornada de oito horas, também são fruto de luta em greves e que
custaram vidas. O décimo terceiro que estamos prestes a receber não é “bonificação
natalina”, é a soma do excedente de minutos trabalhados dia a dia ao longo do
ano.
Então,
fiquemos atentos. Daqui a pouco menos de dois anos teremos novamente eleições
para o parlamento que decide os rumos do país e a nossa vida em todos os aspectos.
Acompanhe desde já a atuação dos deputados e senadores que você ajudou a eleger.
Afinal, para além de representarem ideais partidários (até porque trocam de
partido por conveniência como trocam de paletó), observe a quais ramificações
familiares e grupos econômicos estão ligados, quais interesses de mercado eles
defendem, pois o seu interesse, o da classe trabalhadora pelo visto não é prioridade.
Daqui a poucos meses esses mesmos parlamentares que alegam ser preciso “aprofundar o debate” sobre direitos de trabalhadores em defesa “da economia” estarão entoando seus jargões eleitoreiros em pré-campanhas e campanhas eleitorais. Esses mesmo parlamentares que hoje demonstram medo do país entrar em crise se um direito a mais for concedido aos trabalhadores, são os mesmo que mal trabalham 3 dias na semana recebendo em média 30 salários mínimos (sem contar os auxílios aluguel, vestimenta, transporte aéreo e terrestre, etc.).
Despeço-me fazendo-lhes um pedido: Não esqueça que nós, o povo, é quem somos os patrões desses parlamentares e
que, quando pedirem uma nova oportunidade, precisaremos analisar o currículo e a
ficha corrida, afinal empregador não aceita funcionário sem qualificação ou com
ocorrências anteriores.
Trabalhadores, uni-vos! 2026 É LOGO ALI. E TODO PODER EMANA DO POVO.

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